quinta-feira, abril 13, 2006

A tristeza, aquela, de verdade...

No texto anterior eu falei sobre a felicidade.

Não a felicidade fingida, inventada, mas sim a felicidade de verdade. Aquela que você sente e, nem que quisesse, conseguiria explicar. Aquela conquistada, merecida, aproveitada.

Para que se sinta esta felicidade, é necessário ser humano, ser intenso, viver as coisas em sua completude. E quem vive por inteiro, por mais feliz que mereça ser, sofre.

O sofrimento, a tristeza, são tão parte da vida quanto a alegria. Não é possível escolher um deles. Na tentativa de optar por um ou outro, há aqueles que justamente inventam uma felicidade, ou se entrevam.

Quem vive de verdade, quem chora de verdade, vive a felicidade e a tristeza em sua plenitude.

E a tristeza de verdade, assim como sua opositora, é intensa.É doída e indesejada. Pode vir em decorrência de um fato novo ou de um fato antigo e, não importa quão antigo ele seja, a dor não é menor.

Ela é composta de pensamentos recorrentes, de reflexões profundas sobre a vida, as pessoas e, sobretudo, sobre nós mesmos. Não é possível fugir da tristeza, mas é possível fugir dos pensamentos por ela impulsionados. E, assim, perder a grande chance de retirar deste sentimento tão dolorido aquilo que ele nos traz de melhor.

Quem não se recusa a refletir e não tem medo de sofrer e chorar um pouco mais é capaz de aprender muito sobre si próprio. E descobrir que, se erramos, ao menos podemos não errar mais. E que se tornar uma pessoa melhor é um direito do ser humano, e a capacidade de mudar é privilégio dos inteligentes. Porque quem vive de verdade, e sofre de verdade, cresce mais do que os outros. E como um presente pelo mérito da reflexão tem a grande chance de ser uma pessoa ainda mais feliz.

quarta-feira, abril 05, 2006

A felicidade de verdade...

Eu não sei qual a definição que o dicionário dá para felicidade. Mas também, não gosto de textos pretensiosos que começam com a definição do tema escolhido dada pelo dicionário. Prefiro falar da felicidade sentida, aquela inexplicável em palavras, mas que não deixa nenhuma dúvida sobre sua existência.

A felicidade é um misto de orgulho e prazer. É a alegria por estar vivo, mas não simplesmente por existir. A felicidade não é passiva, não se satisfaz apenas com a graça da vida. A felicidade é ativa, é consciente do merecimento, é uma admiração por quem se é.

Eu não li os inúmeros livros que falam sobre a felicidade. Eu não sei o que eles dizem. Eu até quero ler. Mas não me importo. Eu sou feliz!

Dizem que não se pode esperar pela felicidade, nem correr atrás dela. É preciso procurá-la no instante presente e aproveitar. Eu acho que não é preciso procurar. Mas é preciso estar de coração aberto para o momento em que ela chega, e se apresenta como a melhor sensação do mundo, como completude e como realização.

A pessoa feliz de verdade não precisa provar nada para ninguém. Não precisa se vangloriar de sua alegria. Não precisa levantar a bandeira da auto-estima.

Qualquer tentativa de se fazer feliz será em vão.
Só os merecedores são felizes.