segunda-feira, abril 30, 2012

quinta-feira, abril 26, 2012

Lei do marketing (pessoal)

Se não pode ser o primeiro em uma categoria já existente, crie uma categoria nova em que possa ser o primeiro. Enquanto as empresas aplicam por aí a famosa lei do marketing, a gente segue tentando encontrar a "nossa" categoria...

terça-feira, abril 24, 2012

Acho que minhas crises existenciais só servem para me tirar do lugar-comum, do comodismo e me colocar de volta no trilho, também conhecido como caminho do meio. Ao que tudo indica não nasci para radicalismos...

segunda-feira, abril 23, 2012

Às vezes eu me sinto uma versão falsificada/ chinesa, cópia barata de outras pessoas que encontro por aí. Às vezes me sinto uma colcha de retalhos de inspirações, intencionalmente ou não transformadas em moldes ou modelos a serem seguidos...

sexta-feira, abril 20, 2012

Esta noite sonhei que uma pessoa me perguntava se eu era tímida ou muda.
Eu respondi que era tímida, mas acordei pensando que já está mais do que na hora de aumentar o tom da minha voz.

quinta-feira, abril 19, 2012

Concluindo

Acho que entendi tudo agora.
O querer ser diferente passa, também, por uma arrogância e pretenção de ser melhor, de ser superior ou de, no mínimo, ser diferente mesmo.
Eu já tinha passado desta fase, já tinha entendido que mesmo parecendo igual a gente sempre no fundo é diferente. Logo não é necessário tentar mostrar ou comprovar isto para ninguém.
Daí, quando você diz que está feliz com sua vida "normal", corporativa, padrão para alguém de 30 anos, tem sempre alguém (e este alguém muitas vezes é você mesmo) que te olha e questiona: "Mas e aí, não vai reclamar? Essa vida é suficiente prá vc"?
E se for? E se esta vida for suficiente porque dentro dela cabem tantas outras coisas, tantas outras vidas?
Pior do que ter uma vida "normal" é viver uma vida "normal" fingindo ou bradando querer algo diferente, só para que pensem que você não é "mais um".
A mim basta saber que não sou mais uma.

segunda-feira, abril 16, 2012

A morte da solidão

“Este livro pertence aos homens mais raros. Talvez nenhum deles sequer esteja vivo.”
F. Nietzsche

Enquanto os olhos corriam pelas letras, o pensamento voava longe. Avoada, procurava buscá-lo onde estivesse e fixá-lo ali, sobre o papel. Antes estivesse dentro das folhas, por entre as fibras. Queria ancorá-lo, fixá-lo em local de sua escolha. Queria livrar-se das idéias recorrentes, dos desejos provocadores, dos sonhos que sonhava acordada.
O livro, que deveria ser seu porto seguro, tornava-se então seu cruel espelho. Quanto mais buscava mergulhar em suas linhas, mas ele mostrava que ali não era o seu lugar.
A personagem, tão leve, parecia provocá-la diretamente. Tanta serenidade, bondade, amigos por todos os lados. Família perfeita, corpo bonito, inteligente e acima de tudo humilde. Para ela, a personagem, não existia a palavra frustração. Os sonhos não realizados eram nada mais que desafios, desafios que encarava com a mesma leveza com que sorria para tudo e todos.
“Apenas ficção”, pensava ela, a leitora. Faltava-lhe um tanto de calma, outro tanto de paciência. Não admitia ser invejosa, mas de fato não se conformava com aquilo que considerava como injustiças. E ainda que a rival fosse apenas uma personagem, quisera ela ser protagonista de sua própria história, quisera ela ser digna de estampar as páginas de um livro qualquer.
Naquela noite não dormiu. Sonhou com o mar. Mergulhou fundo e de fato sentiu-se imersa em azul. Mas o fôlego lhe faltou. Um pesadelo horrível. Acordou aos prantos e não soube com quem contar.
Um copo d’água, um chá, e muitas zapeadas depois, recorreu ao velho amigo, morada de sua opositora. Com um tanto de rancor, de fato, mas sozinha não podia ficar. E ao rever a personagem, sentiu que ao menos uma companhia para ela havia. E que não seria julgada e nem se esconderia. E que por mais difícil que fosse, conhecê-la estava lhe ajudando a se conhecer um pouco mais também.
Se pudesse optar, não o leria, mas o impulso era maior, irresistível. Algo fazia com que acreditasse que o livro era sim destinado a ela. Ainda que, mais do que nunca, se sentisse diferente de tudo e todos, pela primeira vez acreditava que algo havia sido destinado a ela. A ela que, após um mergulho tão fundo, deixava, finalmente, morrer um pouco da solidão dentro de si e entregava-se a seu único amigo.

Um passo além

Ultimamente tenho me pego várias vezes pensando em como precisamos entrar de cabeça em algo, viver aquilo intensamente, para podermos, um dia, dar um passo além.
Corremos sempre o risco de pensar que aquilo em que estamos mergulhados é o nosso "tudo", é o nosso mundo. Mas basta colocar a cabeça um pouquinho para fora para lembrarmos do tamanho do horizonte que nos espera, louco para que nos joguemos de cabeça em novos mundos, em novos "tudos".

quinta-feira, abril 05, 2012

Sobre a renovação dos sonhos

Daí um dia você percebe que cresceu. Bem, na verdade faz tempo que você cresceu. Digamos então que, um dia, você se lembra de ter crescido. Isto acontece vez ou outra e te faz pensar no que “crescer” significa.
Crescer significa ver que alguns dos seus sonhos foram realizados. E você pode, finalmente, ter novos sonhos. Crescer é ganhar o direito de escolher novos sonhos. Talvez esta seja uma das grandes responsabilidades da vida adulta. Escolher sonhos é algo muito importante.
Mas, se eu pude escolher meus sonhos aos 7, 12, 16 anos, porque não poderia escolher aos 30?
Poder, a gente pode. Mas antes tínhamos o benefício da ignorância. Sonhos eram apenas sonhos, desejos, vontades vindas não se sabe de onde e movidas por pura inspiração e aspiração, sem o objetivo de serem alcançados.
Aos 7 anos sonhos não são metas.
Aos 30 eles compõem sua lista de “to do’s”, de atividades diárias. O ítem “escrever um livro” está anotado logo abaixo do ítem “declarar imposto de renda” ou “pendurar quadros na parede”. Na verdade, você pode se considerar feliz se ao menos ainda tiver ítens como “escrever um livro” em sua lista de “to do’s”.
Talvez você já tenha removido todos os sonhos da sua lista e deixado que ela se transformasse em uma grande lista de atividades burocráticas. Talvez você se dê por feliz simplesmente por conseguir cumprir com boa parte destas atividades burocráticas.
Você fica feliz comendo um chocolate importado que só agora passou a ser vendido no Brasil depois do almoço, tomando um solzinho gostoso na rua em frente à empresa em que trabalha. Mas logo passa a se sentir mal por ter virado uma pessoa que trabalha em uma empresa, e que compra docinhos na venda da esquina, exatamente como tantas outras fazem na hora do almoço. Você se tornou igual a tantas outras pessoas. Logo você, que queria tanto ser diferente.
Daí você se questiona se os sonhos sonhados até então foram os corretos. Se as escolhas feitas por você antes de ter crescido foram as escolhas corretas. Você certamente vai achar que não, que parte delas foi incorreta e você sentirá vontade de voltar no tempo e fazer escolhas diferentes. Mas então você vai pensar que só sabe que estas escolhas não foram corretas porque chegou aqui, no seu futuro, e só agora, podendo olhar para trás, pode fazer uma avaliação correta sobre decisões tomadas tão precocemente.
E você decide, então, parar de escolher seus sonhos. Você decide tentar fechar os olhos e simplesmente querer algo, como fazia aos 7 anos, sem porquê nem lógica.
Pois de metas nossa vida “adulta” já está cheia. O que precisamos é de sonhos.
O que precisamos é da capacidade de sonhar.
E de renovar nossos sonhos sempre que necessário. Ou sempre que tivermos vontade.
Feliz Páscoa.