quinta-feira, julho 27, 2006

Liberdade prá dentro da cabeça

A gente passa boa parte da vida procurando ocupações... preenchendo nosso tempo com coisas que justifiquem e dêem sentido à nossa existência.
Mas, é muitas vezes no intervalo entre uma ocupação e outra, entre uma coisa séria e útil e outra, que a gente se reconhece vivendo o que temos de melhor. Porque o melhor da vida é descobrir um prazer incrível em uma música velha perdida no computador, e dançar enlouquecidamente consigo mesma, e ver o próprio sorriso se abrir e ter a certeza de que nada nem ninguém pode entender completamente este momento, mas que isso não importa, já que nada nem ninguém pode entender exatamente o que existe dentro do nosso peito e de nossa cabeça, e que às vezes precisamos deste tempo para poder, sem querer, sem planejar, cair dentro de nós mesmos e mergulhar sozinhos no mais incrível vazio de explicações e limites, mas numa imensidão do maior significado que pode existir.
E saber que quem tem isso tem tudo, e que todas as atitudes, baladas, corpos, futuros, cabem neste universo particular invisível aos outros, mas totalmente e absolutamente completo e auto-sustentável.
Às vezes o que a gente precisa é simplesmente fechar a porta de casa, fechar as portas que permitem que outras pessoas invadam nossa vida, ligar o som bem alto para apagar o som do mundo exterior e abrir a mente, os ouvidos, o coração para o mundo que existe dentro de nós, e que é só nosso, e tão incrivelmente nosso, e entender que tudo faz sentido e nenhuma falsa felicidade mais é necessária quando se existe esta possibilidade tão mágica.

sábado, julho 22, 2006

We try harder

Eu, ás vezes, sinto vontade de ser uma pessoa melhor.
Não exatamente um outra pessoa melhor, mas sim o meu melhor.
Não é uma questão de competitividade, não é aquele “mais que o possível” pregado pelas empresas aos seus funcionários.
É um melhor que deve vir de dentro, uma excelência de caráter, que trancenda o espiritual e se reflita nos meus olhos, na minha pele, na minha pessoa inteira.
Eu às vezes sinto que poderia ser tão mais, e que em alguns momentos fui tão, mas tão menos do que poderia ter sido, que isto me trás um misto de insegurança, culpa e raiva.
Insegurança porque dá medo de não conseguir ser tão “legal” quanto se pode ser, tão gentil, tão interessante, tão bonita e admirável.
Culpa por ter vivido situações desagradáveis e proporcionado tristeza a outras pessoas.
Raiva por ter passado por momentos ruins, por ter sido o meu pior em alguns momentos.
O Nick Hornby tem um livro chamado “How to be nice”, que discute algo mais ou menos assim: como ser legal? o que é ser legal, enfim?
Talvez ser legal seja ser do jeito que a gente se sinta bem consigo mesmo. Mas, será que dá pra se sentir bem consigo mesmo se os outros se sentirem mal com a gente? Por que às vezes a gente tem que fazer os outros se sentirem mal para poder a gente mesmo se sentir bem?

Será que todo mundo vai ser feliz no final? O quão longe fica o final? O que será que dá pra gente fazer para que os outros também se sintam bem, e aí gente se sinta ainda melhor por ter feito os outros se sentirem bem? Por que algumas pessoas são mais queridas do que outras simplesmente porque são? Será que o caráter bonito é mesmo inato? Como faz pra nascer de novo com um caráter lindo?

sexta-feira, julho 21, 2006

Eu apenas queria que você soubesse

* Gonzaguinha

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria
ainda está comigo
E que a minha ternura
não ficou na estrada
não ficou no tempo
presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina
hoje é uma mulher
E que esta mulher
é uma menina
que colheu seu fruto
flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer
a todo mundo que me gosta
que hoje eu me gosto muito mais
porque me entendo
muito mais também

E que a atitude de recomeçar
É todo dia, toda hora
É se respeitar na sua força e fé
Se olhar bem fundo
até o dedão do pé

Eu apenas queria que você soubesse
Que essa criança
brinca nessa roda
E não teme os cortes
das novas feridas
pois tem a saúde
que aprendeu com a vida


:)

segunda-feira, julho 17, 2006

O que é meu é meu, o que é seu é nosso !?

Vai pensando que o que é meu é seu...
Não me importo em dividir... já precisei tanto que dividissem comigo.
Mas não gostaria que você pensasse que realmente é seu... pois isso lhe faria abrir mão do que de fato lhe pertence.
Eu não abro mão do que é meu, e sei o quanto essa luta vale a pena...

sexta-feira, julho 14, 2006

Ah, deixa prá lá!

Odeio ter que dizer isso, mas no mundo tem mais bizarrices e gente mal resolvida do que a gente imagina... e às vezes, sem querer, a gente pode incomodar muito mais do que pensa que é capaz...

Infelizmente tem quem corra atrás de suas alegrias e realizações... e quem fique assistindo e sofrendo pela felicidade dos outros.

É triste!

Mas, quer saber, tenho mais com que me preocupar!!!!!!

quarta-feira, julho 12, 2006

Fill in the blanks

Outro dia ouvi uma teoria banal, mas com a qual concordei plenamente. “A vida é um grande vazio, que a gente preenche com tudo o que faz”. E, se a gente parar para pensar, é isso mesmo. Oficialmente, não nascemos com metas a serem cumpridas. Tirando nossas necessidades vitais, o resto é escolha. É eu quero isso e não aquilo ou isso me agrada mais do que aquilo.
Tudo o que nos é dado quando nascemos é um grande espaço entre a vida e a morte, um tapinha na bunda e infinitas possibilidades de escolhas a serem feitas.
Quando alguém escolhe por nós, tudo fica mais fácil. E muito mais chato também. Ainda há os muitos que acreditam que a vida só faz sentido dentro de um determinado modelo pré-estabelecido (casamento, profissão, filhos), mas definitivamente eu não! Minha única missão, minha única obrigação, é aprender a jogar o jogo das escolhas e preencher minha vida com coisas saudáveis e divertidas. E ver o tempo passando e o jogo ficando mais desafiador, mais estratégico, mais definitivo.