quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Perda

A gente sabe que as pessoas vão e vêm.
Nascer é azul e rosa bebê. Tem bexigas, flores, presentes e chocolates.
Morrer é cinza. É tabu. Nele, ou não se fala, ou se inventa. A gente crê que seja céu, que seja azul. Mas falar, pensar, esperar, ah, isto ninguém quer.
Quantas pessoas já passaram pela sua vida? Por que não ficam? Mortas no mesmo mundo, viraram sombras daquilo que foram. Deixaram marcas.
De quantas pessoas, que nem sabem meu nome, que nunca se lembrarão de mim, eu ainda me lembro?
Ficaria feliz se, ao menos uma, de quem eu não me lembre, em mim pensasse agora.
Este texto me faz lembrar Luísa. Minha melhor amiga de infância. Talvez tenha durado meses, poderiam ter sido dias. Mas ali, naquele círculo amarelo, onde esperávamos a professora nos buscar, eu acreditei que seria prá sempre. Hoje vejo que de fato é. Luisa foi uma das primeras a passar, a ir embora. Tantas outras vieram. Triste pensar que quem está aqui hoje, amanhã não mais estará.
De fato, o vazio dói. A ausência machuca. O incompleto faz lembrar quem foi, e temer pelo dia em que você também irá.

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