segunda-feira, novembro 19, 2012

O mal do século

Basta ligar a televisão, acessar a internet ou dar uma passada em uma livraria para encontrarmos algum conteúdo relacionado à depressão e/ ou à ansiedade.
Até pouco tempo atrás, não conseguia relacionar uma coisa a outra.
Via a depressão com a característica do ser apático, de quem não tem paixão ou vontade pela vida, e se entrega ao não viver.
Já a ansiedade, para mim, estava associada ao excesso de vontade, à empolgação excessiva, à vontade de estar à frente do tempo, de ir além antes da hora.
Foi a duras penas que aprendi que ambos sentimentos, características ou doenças, dependendo da definição ou do nível, estão sim relacionados.
Ansiedade e depressão são presentes na vida de quem não quer se adequar forçosamente à realidade. Uma não aceitação constante do que se é e do que se tem, e uma necessidade crescente de controle, vontade e eventual certeza de se ter super-poderes em tempos de incerteza constante.
Há algumas semanas, eu ria com uma amiga do provérbio que diz que se um problema não tem solução não se deve preocupar com ele e, se tem solução, tampouco, já que ela virá, à revelia de nossa vontade.
As semanas se passaram e, não sem resitência, passei a aceitar que, de fato, os problemas existem e existirão, mas que as soluções não estão em nossas mãos ainda que pretensiosamente acreditemos que sim.
Não fica difícil concluir que a felicidade é a entrega ao momento, sem pretensões para o futuro, ainda que sonhemos, planejemos, desejemos... A vida feliz é a vida com menos prepotência e mais entrega, com mais olhos fechados e menos planilhas, com mais amor.
Um aceitação profunda do que se é e do que se tem, sem passar pelo conformismo, mas com a certeza de que dias melhores e piores virão, e não será porque queremos ou algo fizemos, mas sim porque a vida assim o faz por nós.

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