quarta-feira, maio 31, 2006

Auto-estima em prestações fixas

Vivem dizendo que o meu problema, o seu problema, o problema da humanidade, é baixa auto-estima. A gente tem que se amar, se colocar em primeiro lugar, se considerar linda e maravilhosa para merecer tudo de bom que nos é destinado... mas que ainda não recebemos pois não atingimos este incrível grau de auto-confiança.

Eu discordo inteiramente. Nosso problema não é baixa auto-estima. É outro. Um pequeno dispositivo regulador de auto-estima, e que não é forte o suficiente para mantê-la lá em cima por muito tempo.

Quando saio de casa para trabalhar, me sinto altamente merecedora de tudo de melhor que possa haver no mundo. Escolho a melhor roupa, o melhor sapato, seco o cabelo com secador para ele ficar bem lisinho e com um caimento ótimo e ainda dou aquela olhada no espelho para confirmar que está tudo da melhor forma possível . Saio feliz, cheia de motivos para sorrir e cantar e com energia para fazer um excelente trabalho, estudar horrores, ler tudo o que for aproveitável nos livros, jornais e revistas e merecer aquele elogio de minha chefe.

Mas, basta colocar os pés na rua, para perceber que as coisas podem ser bem mais complicadas quando não se está sozinha no mundo. E que toda aquela beleza, inteligência e força de vontade não são suficientes quando se está em mundo que há muito mais super-heróis do que seres humanos.

E aí, não há dispositivo regulador de auto-estima capaz de mantê-la em um nível adequado. E a gente chega ao ponto em que, acreditam todos, precisamos ouvir aqueles conselhos fantásticos do comecinho do texto.

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